Percebe-se claramente no vocabulário dos gestores, sejam eles da área de TI ou não, que o termo “Governança Corporativa” está cada vez mais popular e tem ganhado muita importância.
De acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) a Governança Corporativa é “o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade.”
Isto quer dizer que a Governança Corporativa depende totalmente do modelo de gestão da empresa, e depende também da maneira na qual esta gestão está sendo realizada e fiscalizada.
Quando as práticas de governança são bem utilizadas os benefícios ficam bastante claros: Melhores controles e decisões na alta gestão e redução do custo de capital pelo aumento da confiança dos investidores. A Governança Corporativa também é reconhecida como essencial para que as empresas possam aumentar sua visibilidade, fortalecendo a confiança dos acionistas, através de uma imagem de controle, transparência e previsibilidade.
Tendo em vista grandes desastres econômicos e sociais como os casos Enron, Worldcom e Tyco, não só a Governança Corporativa, mas o bom uso dela tornou-se um tema recorrente nas rodas tanto de grandes, quanto de pequenas empresas, enquanto o mau uso tornou-se enredo de documentários, dramas e até mesmo comédias.
Não podemos deixar de mencionar o caso de má gestão, e consequente péssima governança, que já está na ponta da língua de todos os brasileiros: o Banco PanAmericano. Vários fatores influenciaram negativamente para o fracasso do Banco PanAmericano, desde falta de idoneidade da alta gestão, passando por uma falha total no gerenciamento de riscos e culminando em deficiências de competência, moral e ética de alguns dos envolvidos.
Sabendo o que é Governança Corporativa, quais seus benefícios e também as consequências de seu mau uso, podemos nos perguntar: Qual é o papel da TI neste cenário?
A Governança Corporativa é composta de seis ativos principais, sendo eles: (1) Humanos, (2) Financeiros, (3) Físicos, (4) Propriedade Intelectual, (5) Relacionamento e (6) Tecnologia da Informação (TI);
Para pensarmos em Governança de TI, devemos levar em consideração que a área de negócio de uma empresa, tem o respaldo de Aplicações de TI, que por sua vez depende de toda a Infraestrutura de TI, e que essas informações devem ser – sempre – confiáveis.
Isto está de acordo com a definição do professor João Peres (FGV), que nos diz que a Governança de TI é “um conjunto de práticas, padrões e relacionamentos estruturados, assumidos por executivos, gestores, técnicos e usuários de TI de uma organização, com a finalidade de garantir controles efetivos, ampliar os processos de segurança, minimizar os riscos, ampliar o desempenho, otimizar a aplicação de recursos, reduzir os custos, suportar as melhores decisões e consequentemente alinhar TI aos negócios.”
Para se garantir um bom uso da Governança de TI, e consequentemente da Governança Corporativa como um todo, foram criados inúmeros frameworks e ferramentas, dentre eles podemos destacar:
Vale lembrar que a simples adoção de uma dessas ferramentas ou frameworks não garante o sucesso e a efetividade da Governança em si. Para se tirar o máximo proveito dos princípios da Governança, deve-se escolher dentre todas as opções disponíveis, quais abordam as melhores práticas e também quais itens serão mais aderentes ao negócio, à cultura e à identidade da organização e, ao mesmo tempo, poderão agregar valor e trazer maiores benefícios à empresa.
Não são poucas as empresas que já estão tirando proveito de uma boa prática da Governança de TI, treze estudos de casos podem ser lidos em Estudos de Caso de Boa Governança, e ainda podemos citar as seguintes corporações: Microsoft, Xerox, GE, HSBC, Embratur, ANP, TSE e Teclógica.
A Teclógica investe massivamente em Governança de TI e vem colhendo os bons frutos destes investimentos, possuindo as certificações CMMi-SW e CMMi-SVC, ambas em nível 2, sendo a primeira empresa 100% brasileira a implementar o CMMi-SVC, e também pioneira na versão 1.3 do modelo. Além disso, a Teclógica adere às demais boas práticas de Governança de TI, como por exemplo, ITIL e PMBOK.
Em artigos futuros falaremos mais especificamente de cada uma das ferramentas de Governança e qual é a sua aplicação no mercado de TI atual.
Jonatan Neves
Analista de Sistemas