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Chão de fábrica inteligente: oportunidades e desafios para empresas brasileiras

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17/03/2020

A introdução de novas tecnologias no chão de fábrica vem crescendo há anos e de diferentes maneiras. Máquinas mais robustas e com alta capacidade chegaram com grande força ao Brasil nos últimos anos, mas a mudança que atualmente gera a otimização da produção é muito mais sutil do que a percebida até então.

Trata-se do advento de sistemas integrados, dispositivos móveis e a conexão entre máquina e computador, que está criando em todo o mundo o conceito de fábrica inteligente. Fundamental para a sobrevivência e competitividade da indústria brasileira, este conceito traz um grande desafio para os empresários. Afinal, no que investir para ser mais assertivo e quais as tendências que realmente impactarão positivamente o negócio?

Sistema de dados no chão de fábrica

Para responder a esta pergunta, é importante analisar globalmente as tecnologias que vêm se consolidando. Uma delas é a Internet das Coisas (IoT), que diz respeito ao uso de dispositivos e máquinas conectados. Com este tipo de solução, a fábrica consolida em seu sistema dados coletados durante o processo produtivo que auxiliam na melhoria contínua. Podemos citar, por exemplo, sensores que apontam a produção e podem evidenciar a má distribuição de recursos e maquinários.

Um ajuste estrutural baseado nestes dados pode reduzir significativamente o tempo de transição das equipes dentro da fábrica, bem como da melhor distribuição de recursos como matéria-prima e energia elétrica. A IoT também é aplicada através da automação de veículos e de robôs que distribuem insumos na rotina industrial. Pode ser vista ainda em sensores que coletam informações das máquinas através da presença, volume ou temperatura e enviam estes dados diretamente aos ERPs das companhias.

Ainda em se tratando do conceito de fábricas inteligentes, a automação na programação produtiva é um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de ganhos em diversos níveis. Este pode ser considerado um investimento cada vez mais palpável para as indústrias brasileiras, com ganhos a médio prazo. Aqui incluem-se os softwares APS, sigla do inglês Advanced Planning and Scheduling.

São aqueles sistemas que permitem o planejamento detalhado da produção, levando em consideração diversas variáveis da rotina da empresa. Com apoio dos dados coletados, reduzem consideravelmente o tempo de ociosidade da estrutura, sobrecargas e atrasos em entregas. Na prática, significa a redução de tempo para a entrega dos produtos na ponta, a manutenção preventiva de equipamentos e a consequente redução de custos em reparos não programados.

Como destacar-se no mercado?

As vantagens e ganhos das fábricas inteligentes vão muito além de teorias e pesquisas. São baseadas em dados: segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, a redução de custos na indústria brasileira com a adoção do conceito de fábricas inteligentes e indústria 4.0 pode chegar a R$ 73 bilhões ao ano.

Um exemplo de como essa economia ocorre pode ser obtida ao se analisar a rapidez e precisão de soluções de planejamento produtivo, que podem realizar o planejamento da produção de um ano de uma empresa em apenas 30 minutos.

Mesmo com os ganhos da tecnologia para o chão de fábrica ficam cada vez mais evidentes, muitas empresas ainda não movimentam sua gestão rumo a este novo cenário global. De acordo com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), apenas 1,6% dos negócios brasileiros já estão adequados ao panorama de automação que avança consideravelmente nos países desenvolvidos.

A baixa adesão evidencia a oportunidade de crescer em competitividade e representatividade de mercado para quem já investe em automação. Mais do que reduzir custos, estas empresas que já ajustam suas fábricas ao conceito 4.0 podem se diferenciar em entregas rápidas, de qualidade e com alto custo-benefício. Ganham mercado ao passo em que quem não investe acaba ficando para trás. É o Oceano Azul do chão de fábrica que em pouco tempo não será apenas uma diferenciação, mas sim uma necessidade de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo, automatizado e conectado.

Assinado por: Aloisio Arbegaus — Diretor Comercial da Teclógica

 

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